Os brasileiros viram imediatamente nesses decretos a intenção de fazer o Brasil voltar à situação de colônia.
Houve então um movimento para mobilizar a opinião pública e pressionar o príncipe a desobedecer às ordens das Cortes de Lisboa, ficando no Brasil.
A população do Rio de Janeiro manifestou-se através de um abaixo-assinado; paralelamente foram enviados emissários a São Paulo e Minas Gerais com o objetivo de obterem junto às respectivas Juntas Governativas manifestações semelhantes à do Rio.
A iniciativa teve inteiro êxito e, assim, ocorreu no dia 09 de janeiro de 1822, o episódio que ficou na História do Brasil como sendo o "Dia do Fico".
O príncipe regente D. Pedro anunciou sua decisão com as seguintes palavras: "Convencido de que a minha presença no Brasil interessa ao bem de toda a nação portuguesa, e conhecido que a vontade de algumas províncias assim o requer, demorarei a minha saída até que as Cortes e meu Augusto Pai e Senhor deliberem a este respeito, com perfeito conhecimento das circunstâncias que têm ocorrido. Como é para o bem de todos e felicidade geral da nação, estou pronto: diga ao povo que fico!".
Depois, o príncipe dirigindo-se à multidão que o aplaudia, muito comovido, acrescentou: "Agora, só tenho a recomendar-vos, união e tranquilidade".
Houve reação das tropas portuguesas que estavam acantonadas no Brasil, mas D. Pedro agiu com pulso firme e, após muita discussão, começou o embarque das tropas portuguesas em cinco navios, que seguiram para Portugal no dia 10 de fevereiro daquele ano.
Um novo gabinete foi formado, com José Bonifácio de Andrada e Silva na pasta do Reino e Estrangeiros, exercendo grande influência sobre D. Pedro, o que faria da figura desse paulista de Santos a personagem principal da Independência do Brasil.