MPF quer apurar racismo estrutural no comércio do Rio

Procuradoria convidará representantes de supermercados, shopping centers e bancos para discutir medidas de prevenção à discriminação e à violência

Por Cezar Guedes em 23/11/2020 às 22:13:09

Como entidades, bancos e comércios em geral enfrentam o racismo? Com este objetivo a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro (PRDC), órgão do Ministério Público Federal (MPF) instaurou inquérito civil para apurar as medidas adotadas pela Polícia Federal e por supermercados, shopping centers e bancos no que se refere ao enfrentamento da discriminação e do racismo estrutural nos serviços de vigilância destes estabelecimentos.

A morte por espancamento de João Alberto, no Dia da Consciência Negra, serviu de base para a abertura do inquérito. Trata-se de um fato que não é isolado, segundo o MPF que apura, em inquérito civil, caso semelhante em supermercado de outra empresa em São Paulo, e ocorrências similares foram relatadas também no Rio de Janeiro e Maceió (AL), o que, segundo os procuradores regionais dos Direitos do Cidadão Sergio Gardenghi Suiama, Júlio José Araújo e Ana Padilha Luciano de Oliveira, pode evidenciar falha na fiscalização das empresas de segurança privada por parte da Polícia Federal, especialmente no que se refere à formação dos profissionais.

O MPF convidará a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce) e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), entidades representativas dos três setores, e também especialistas e representantes de organizações do movimento negro para discutir a adoção de medidas de prevenção à violência e à discriminação racial.

No inquérito civil instaurado, o MPF também solicita informações à Delegacia de Controle da Segurança Privada da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro acerca do número de empresas de vigilância em funcionamento no estado, número de fiscalizações realizadas e requisitos exigidos para a formação dos agentes.

Para os procuradores Sergio Suiama, Júlio Araújo e Ana Padilha, é essencial garantir o envolvimento das associações representativas dos três setores na adoção de providências efetivas de enfrentamento do racismo estrutural na segurança de bancos, shopping centers e supermercados.




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