Embu das Artes, um lugar para conhecer e se apaixonar

Por Cosme N Braga em 14/01/2021 às 12:08:29
A Casa do Artesão de Embu das Artes é um espaço reúne milhares de trabalhos produzidos pelos artesãos da região. / Divulgação-Sergio Luiz Jorge/Expressão Studio

A Casa do Artesão de Embu das Artes é um espaço reúne milhares de trabalhos produzidos pelos artesãos da região. / Divulgação-Sergio Luiz Jorge/Expressão Studio

Em tempos de pandemia o melhor é viajar para destinos nacionais, mas curtos e com opções de conhecer lugares que podem ser visitados ao ar livre, sempre obedecendo aos protocolos sanitários do destino escolhido. A dica desta semana é Embu das Artes, cidade da região metropolitana de São Paulo que nasceu no Século XVII, em uma antiga aldeia habitada pelos índios Guaranis e fundada pelos padres Jesuítas.

A palavra "Artes" foi acrescentada por conta da vocação artística que permeia toda a cidade e acolhe uma diversidade de artistas. O local atrai milhares de turistas em busca de peças de antiguidade, móveis rústicos, objetos de decoração e artesanato. Possui um Centro Histórico que em meio a ateliês e tantas lojas divide o espaço com construções antigas como a igreja Nossa Senhora do Rosário que se transformou no Museu de Arte Sacra.

Embu das Artes é uma estância turística que fica a 30 minutos do centro da cidade de São Paulo, sendo que o principal acesso é pela Rodovia Regis Bittencourt, a BR-116. A famosa estrada pode ser acessada através da Marginal Pinheiros, para quem está em São Paulo ou pela Rodovia Raposo Tavares/Rodoanel. É tudo muito bem sinalizado, não tem erro.

A cidade tem uma bela história. Lá pelos anos entre 1555 e 1559 era uma aldeia indígena. No ano de 1624, Fernão Dias doou as terras do lugar à Companhia de Jesus sob a condição que os jesuítas erigissem uma capela a Nossa Senhora do Rosário e todos os anos organizassem uma festa de adoração a Santa Cruz. E assim aconteceu. O jesuíta Belchior de Pontes construiu a igreja e uma residência, que atualmente abriga o Museu de Arte Sacra, no Centro Histórico.

No entanto, foi a partir de 1920 que Embu ganhou fama por causa de um seus "filhos", o santeiro Cássio M"Boy projetou-se como artista, ganhando o primeiro prêmio numa exposição em Paris. A partir daí, vários artistas foram se fixando na região, fazendo da cidade uma espécie de refúgio e grande produtora de arte, vocação que seguiu até os dias atuais. Na década de 1960 surgiu a famosa feira, reunindo a produção dos artistas locais que atrai turistas de todo o Brasil e também internacionais. Realmente atrai a atenção inclusive de profissionais que atuam na área de arquitetura e decoração.

A variedade de produtos artesanais é espantosa, são obras de artes que se completam por diversas lojas de artesanato, antiquários, lojas de móveis rústicos, ateliers e galerias de arte.

Falando um pouco mais da feira, a partir do 1º Salão de Artes Plásticas de Embu em 1964, que reunia trabalhos de diversos artistas renomados, a arte produzida no município passou a ser reconhecida nacional e internacionalmente.

Em 31 de janeiro de 1969 foi criada a Feira de Artes e Artesanato na frente da Igreja Matriz, hoje Museu de Arte Sacra. No decorrer do tempo, a Feira foi ocupando todas as ruas do Centro Histórico, atualmente chamado de Passeio das Artes. Paralelo ao desenvolvimento da Feira foram surgindo as diversas lojas de artesanato, galerias de arte, antiquários e lojas de móveis rústicos artesanais, tornando a cidade conhecida por Embu das Artes.

A tradicional Feira de Embu das Artes conta com uma grande variedade de produtos artesanais, obras de arte e manifestações culturais. A Feira do Verde, que antigamente ocupava a Praça da Lagoa e agora está localizada na Rua Siqueira Campos, incrementa a diversidade de produtos oferecidos junto com as barracas de alimentos e bebidas.

Outra tradição é a culinária que data mais de quarenta anos, tais como os pratos à base de carne e leitão à pururuca. Além disso, tem churrasco gaúcho e feijoada inigualáveis, garante quem já experimentou.

Embu das Artes tem completa estrutura para acolher o visitante, com hotéis para todos os bolsos.

Além da Feira, o visitante tem à sua disposição várias lojas abertas nos finais de semana e feriados, principalmente as de móveis rústicos, antiquários e de artesanato no Centro Histórico. Lembrando que o ideal antes de ir visitar a cidade é conferir como está o horário de funcionamento e as restrições impostas devido à pandemia. Entre as opções de visita, cultura e lazer oferecidas pela cidade, destaque para o Centro Cultural Embu das Artes, para o Memorial Sakai de Embu e para o Parque do Lago "Francisco Rizzo".
Não deixe de visitar também o Museu de Arte Sacra, construção do Século XVIII que compõe o patrimônio histórico da cidade e está localizado na região central, o Museu do Índio e a Capela de São Lázaro.

O templo Arautos do Evangelho é um imponente complexo, ocupa uma área de 40 mil m² e chama a atenção pela riqueza de detalhes. A atração tem a finalidade de realizar atividades focadas na juventude e cumprir as orientações da Doutrina Católica Apostólica Romana.

Outra particularidade de Embu que merece destaque é o grande número de visitantes que têm interesse na riqueza histórica do município, geralmente são colecionadores e consumidores de móveis e objetos antigos. Por isso, existem na cidade dezenas de lojas especializadas na venda de antiguidades. Somente na região central de Embu existem cerca de trinta antiquários que atendem a demanda deste tipo de produto, desde móveis, quadros e outros objetos de valor histórico.

Mas, não são apenas as artes plásticas que garantem ao município sua tradição cultural. Embu também é a terra da dança, do teatro, da música e da poesia, manifestações que podem ser vistas nos diversos espaços públicos da cidade.

Atualmente, Embu também é um dos principais fornecedores de flores e plantas ornamentais que podem ser adquiridas todos os domingos na Feira do Verde, realizada no centro da cidade.

E mais, localizada no centro de Embu das Artes, a Fonte dos Jesuítas, descoberta em 1944, é uma das mais antigas do Brasil. É aberta aos visitantes de segunda a sábado, das 8 às 17 horas.

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