A demissão em massa de professores da rede privada de ensino chamou a atenção do Sinpro - Sindicato de Professores de Macaé e Região. Por conta da pandemia de Covid-19, os docentes de todo o País tiveram que se reinventar da noite pro dia.
Segundo o Sinpro, os professores tiveram que transformar telas de computadores em quadros e salas de estar em salas de aula. Além do planejamento das aulas, precisaram desenvolver apostilas e se adaptar a uma linguagem até então desconhecida para muitos deles, a on-line. O distanciamento entre professor e aluno faz com quem ensina não avalie bem a aprendizagem.
Durante a pandemia da Covid-19, professoras e professores utilizaram sua própria internet, aumentando significativamente os gastos com luz, água, telefone, cafezinho, papel, entre outras coisas que, até então, ficavam sob a despesa das unidades escolares. Ainda é preciso levar em conta que os profissionais utilizaram equipamentos próprios e que muitas vezes não tinham capacidade para comportar os sistemas ou sobrevida técnica para inúmeras aulas a fio.
Ainda de acordo com o Sinpro, "raras foram as escolas que deram suporte técnico e financeiro para que os docentes pudessem enfrentar esta nova realidade. Mas a pressão, a exigência e incontáveis reuniões cobrando plano de aulas e resultados aconteciam diariamente".
O sindicato alerta que somente em uma única escola particular de Rio das Ostras, 11 profissionais de educação foram demitidos. Essas pessas, de acordo com o sindicato, orientou os demitidos sobre suas as rescisões antes que assinassem para que não fossem para rua sem justa causa.
Segundo Guilhermina Rocha, presidente do Sinpro Macaé e Região, a justificativa de falência econômica para demitir professores não mostra a realidade, já que enquanto continuavam recebendo as mensalidades, tiveram algumas contrapartidas para diminuir seus gastos.
"Os donos de escolas foram beneficiados com a Medida Provisória 14020/2020, que regulamentou o pagamento emergencial com recursos da União como medida de preservação dos empregos durante a Pandemia do Coronavírus. Além disso, não tiveram prejuízo com pagamento de contas de água e luz, nem com compra de papel, cafezinho, diminuindo significativamente outros gastos, como os impressos e os de secretaria. Se há problemas econômicos foi por má gestão. Nossos professores não podem se responsabilizar", contou.
Guilhermina lembra lembra que muitos professores que foram atendidos pela Lei 1420/2020 que tiveram contratos suspensos ou salários reduzidos têm direito à estabilidade no emprego pelo mesmo período. Por isso que o Sinpro pede que seja analisado antes de assinar a rescisão para avaliar se foi justa causa ou não.