Otorrino é denunciada por morte de paciente após lipoaspiração

Por Cezar Guedes em 10/02/2021 às 12:22:40
Arte: Secom/MPF

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Por erros em uma cirurgia estética, a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Territorial Núcleo Niterói denunciou a médica Geysa Leal Corrêa por homicídio culposo que resultou na morte de Adriana Ferreira Capitão Pinto.

De acordo com as investigações, a cirurgia ocorreu sem intercorrências, apenas sendo observado pela paciente um inchaço nas pernas, fato comunicado no consultório e, segundo a médica, uma consequência natural da cirurgia. Mas, seis dias depois, já em casa, Adriana passou a se queixar de falta de ar, teve um desmaio e acabou falecendo. O laudo de necropsia confirmou que o procedimento estético foi a razão da morte.

A lipoaspiração de abdômen e flancos com enxerto de gordura nos glúteos foi realizada em Icaraí, em Niterói. Segundo o MP, a médica, que possui especialidade em otorrinolaringologia, "deixou de observar o dever objetivo de cuidado que lhe era exigível e, agindo com inobservância das regras técnicas de profissão, com manifesta imperícia e negligência, deu causa à morte de Adriana".

As investigações apontaram que Geysa não estava devidamente habilitada para intervenções estéticas, tendo realizado o procedimento em um local sem as devidas condições sanitárias e sem a adoção dos cuidados pós-operatórios cabíveis. De acordo com a denúncia, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e o Conselho Regional de Medicina foram uníssonos em afirmar em seus pareceres que a denunciada não poderia ter executado a cirurgia, pois para a realização de lipoaspiração é necessário título de especialista na área, em razão da complexidade do procedimento.

Em relação aos cuidados pós operatórios, tanto o CREMERJ como a SBCP afirmaram que a conduta adequada seria encaminhar Adriana a uma unidade de emergência para um diagnóstico, evitando as complicações, que de fato se sucederam e, por fim, a vitimaram.

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