Alerj derruba autorização para o leilão da Cedae, mas governador desafia e diz que vai manter o pregão na Bolsa de São Paulo

Por Cezar Guedes em 29/04/2021 às 16:45:46
André Ceciliano denunciou ter recebido ameaças para tirar a matéria de pauta

André Ceciliano denunciou ter recebido ameaças para tirar a matéria de pauta

De nada adiantaram as pressões sobre os parlamentares. O decreto legislativo que suspende o leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), foi derrubado nesta quinta-feira (29), por 35 votos a 24, placar que deixou claro que o governador em exercício Claudio Castro, não tem força suficiente na Casa e que os telefonemas do senador Flavio Bolsonaro e do próprio governador só fizeram efeito mesmo sobre a bancada bolsonarista. O resultado representa também a derrota do líder do governo, o deputado Marcio Pacheco que, na sessão de ontem (28), chegou a discutir com o presidente André Ceciliano, que revelou ter recebido ameaças do governador para que o decreto fosse retirado de pauta.

Na verdade, o esforço para que o decreto não fosse votado foi para agradar ao presidente Jair Bolsonaro, uma vez que Ceciliano e seus pares só admitem que o leilão aconteça depois da prorrogação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), acordo homologado em 2017 entre os governos federal e estadual, para suspensão temporária do pagamento de dívidas com a União.

A venda das ações da Cedae foi posta como contrapartida do Estado no acordo, que deveria ter sido renovado por mais três anos em setembro de 2020, o que não aconteceu. O que foi aprovado nesta quinta-feira é a derrubada do Decreto 47.422/20 do governo estadual, que autorizava a abertura do processo de licitação dos serviços de saneamento no território fluminense.

Apesar do resultado da votação o governador interino disse que a decisão da Alerj é ilegal e que o leilão está mantido para esta sexta-feira, na Bolsa de Valores de São Paulo.


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