Articulação entre setores público e privado teve resultados positivos no combate à covid-19 em Macaé

MPF integrou comitê gestor do projeto do Nupem/UFRJ que permitiu testagem em massa e isolamento rápido de casos positivos no município

Por Cezar Guedes em 17/10/2021 às 11:23:49

A realização de testes moleculares em massa, associados à análise científica de dados sobre a disseminação da covid-19, fizeram de Macaé a cidade mais eficiente no enfrentamento à doença no estado do Rio de Janeiro em 2020. Esta foi a constatação do estudo do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Nupem/UFRJ) publicado esta semana na Nature Scientific Reports, uma das principais revistas científicas do mundo.

A abordagem do projeto foi possível graças a ações articuladas envolvendo os setores público e privado. O Ministério Público Federal (MPF) foi um dos órgãos públicos que apoiou a iniciativa, integrando o comitê gestor do projeto e atuando em parceria com o Nupem, com o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Prefeitura de Macaé, hospitais privados e outras entidades com o objetivo de angariar recursos para a montagem do laboratório de testagem para a covid-19, com a utilização do padrão ouro (RT-PCR). O MPF também atuou para que fossem destinadas verbas arrecadadas pela Justiça Federal em processos criminais.

A união de esforços possibilitou que, durante 40 semanas em 2020, fossem realizados 15 mil testes de PCR em pacientes sintomáticos que procuravam atendimento no Centro de Triagem do Paciente do Coronavírus (CTC) ou estavam hospitalizados. As amostras foram analisadas pelo Nupem, que notificava o paciente do resultado em até 48 horas. Ao mesmo tempo, as informações eram inseridas num sistema de geolocalização desenvolvida pela equipe do projeto. A agilidade na identificação dos casos e a consequente adoção do isolamento domiciliar contribuiu para reduzir a contaminação em Macaé. No primeiro semestre de 2020, o município registrou 1,8% de letalidade associada à covid-19, índice cinco vezes menor do que a capital, que registrou no mesmo período letalidade de 10,7%.

O projeto também viabilizou recursos para ampliação do laboratório do Nupem, por meio de recursos destinados pela Prefeitura de Macaé.

*Com informações do Nupem/UFRJ

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