África do Sul, uma viagem para nunca se esquecer!

Por Cezar Guedes em 25/03/2022 às 00:31:59
- Fazer um safári moderno, isto é, sem armas, é extremamente excitante. O visitante percorre de carro a imensa região de campos e arbustos e a diversão é procurar e admirar os animais

- Fazer um safári moderno, isto é, sem armas, é extremamente excitante. O visitante percorre de carro a imensa região de campos e arbustos e a diversão é procurar e admirar os animais

A Cidade do Cabo, ou Cape Town, é o ponto de partida para qualquer viagem pela África do Sul. Não só porque o país começou ali, nem porque ela é a mais bonita, com uma geografia exuberante que lembra cidades como Rio de Janeiro, Vancouver ou São Francisco, mas principalmente porque tudo o que se vê é surpreendente. Nada a ver com savanas, areias, insetos ou feras.

A Cidade do Cabo é um importante centro comercial e industrial; a economia é baseada nos setores de refinação de petróleo, construção naval, automotivo, têxtil e alimentar. É o segundo maior centro econômico e comercial da África do Sul, ficando atrás apenas de Johanesburgo.

A Cidade do Cabo é europeia: têm carrões, lugares da moda repletos de lojas, bares e restaurantes sofisticados. A cidade também abriga o Parlamento sul-africano; sendo que Pretória é a capital Administrativa e Bloemfontein, a Judiciária.

Uma cidade cheia de ladeiras que é tão bonita visto do norte, quando sobressaem os contornos do morro de topo plano que a sustenta; quanto do cume da Table Montain, acessível por um bondinho semelhante ao do Pão de Açúcar.

Porém, de nenhum lugar se avistam os bairros negros. Como herança do "apartheid", as principais cidades da África do Sul não apresentam a diversidade de arquitetura que se esperaria de um país de tantos povos. Os bairros negros ficam longe dos bairros brancos, formando grandes cidades paralelas, como Soweto, a face negra de Johanesburgo, que tem uma população maior, e muito mais espremida, do que a da própria cidade. A exceção, no caso de Cidade do Cabo, é a presença do colorido bairro malaio nas imediações do centro. É um povoamento antigo, com muitas mesquitas muçulmanas, de onde cânticos orientais invadem o chá das cinco dos descendentes britânicos.

Para o visitante, existem três programas imperdíveis. Um deles é a inevitável esticada até a Reserva Natural do Cabo da Boa Esperança, jornada para um dia inteiro. É costume ir margeando o Oceano Índico, passando por vilas de pescadores, praias onde pinguins decidiram se instalar e vilarejos onde a pesada arquitetura vitoriana convive com as singelas construções.

Depois de escalar o Cabo da Boa Esperança e experimentar a estranha sensação de estar de frente com a História, retorna-se pelas praias do Atlântico, alcançando a Cidade do Cabo pela magnífica Chapman's Peak Drive, uma estradinha entalhada em grandes rochas que despencam no mar.

Outra grande opção é uma visita à região dos vinhedos. As cidades-chave deste roteiro são Paarl e Stellenbosh, que é a segunda mais antiga do país e tem o maior acervo de casario em estilo Cape-dutch de toda a África. Provando os vinhos nas propriedades centenárias, ou comendo nos intermináveis bons restaurantes da área, o turista vai ter a certeza de que a África do Tarzan não passa de ficção.

Se o visitante dispõe de tempo e quiser mesmo conhecer a África, deve seguir na direção mais a leste, pela Rota Jardim. Neste trajeto ficam o semiárido Vale do Pequeno Karoo, onde moram dezenas de milhares de avestruzes; as Cavernas Cango; e principalmente o belo litoral do Oceano Índico.

Nem pense que as praias são desertas, ao contrário. Jeffrey's Bay, Knysna e Plettenberg Bay são resorts equipados com uma infraestrutura que pode ser comparada com os melhores hotéis do mundo, rodeados de belos parques nacionais, como o Tsitsikama, paraíso do trekking.

Tanta modernidade é interessante, mas ir à África e não participar de nenhum safári ecológico não tem graça. Assim, é preciso reservar pelo menos dois dias para a empreitada e o lugar ideal é o Krugger Park, que fica na fronteira com Moçambique e tem mais ou menos o tamanho do Estado de Israel. Ali vivem mais de 110 mil mamíferos, de 290 espécies, entre eles o leão, leopardo, rinoceronte, hipopótamo e búfalo.

Fazer um safári moderno, isto é, sem armas, é extremamente excitante. O visitante percorre de carro a imensa região de campos e arbustos e diversão é procurar e admirar os animais que também parecem se divertir com o jogo de esconde-esconde.

Uma maneira econômica de participar desta aventura é hospedar-se nos alojamentos públicos que o parque oferece, dos quais o maior é o Skukuza Camp.

Uma regra de ouro: jamais sair de dentro do carro e trafegar a 50 quilômetros por hora. Assim o visitante não corre o risco de ser devorado e tampouco atropela nenhum morador local.

A Cidade do Cabo também é a cidade do artesanato, feras em miniaturas e artigos com aparência exótica. As girafas de madeira são as campeãs na preferência dos turistas, assim como os ovos de avestruz pintados e os objetos de arames que podem ser encontrados nos bairros negros.

Para quem pode, a África é o lugar do ouro e do diamante; e para quem pode um pouco menos, pode se deliciar com as pedras semipreciosas que são adquiridas a quilo.

Cumpridos estes roteiros, certamente o turista vai voltar para seu país de origem com outra impressão. Afinal a África não é só a selva. Se você gostou da ideia, a primeira providência é passaporte, lembrando que os brasileiros não necessitam de visto de entrada no país. Depois, deverá ter o Certificado Internacional de Vacinação contra a febre amarela, e sua viagem vai durar em média oito horas de avião. Não se esqueça de que ainda estamos na pandemia e obedecer os protocolos sanitários do país a ser visitado é imprescindível!

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