Prefeito de Queimados insiste em esconder suas contas e os vereadores da cidade não estão nem aí para a falta de transparência

Por Cezar Guedes em 15/06/2022 às 13:29:17
O prefeito Glauco Kaizer tem agido como se as contas não fosse públicas, como se o dinheiro não fosse do povo e se ele não tivesse a mínima satisfação a dar

O prefeito Glauco Kaizer tem agido como se as contas não fosse públicas, como se o dinheiro não fosse do povo e se ele não tivesse a mínima satisfação a dar

Ao que tudo indica o prefeito de Queimados, Glauco Kaizer, não acha que tem de dar satisfação sobre os gastos da municipalidade. Ele tem ser certeza disso, assim como convicção de que não precisa se preocupar com a fiscalização do Poder Legislativo, cujos integrantes se fizeram cegos, surdos e mudos, embora tenham o dever de ficar atentos aos atos do Poder Executivo, sobretudo em relação ao gasto do dinheiro público.

No município se questiona, por exemplo, o fato de os vereadores não questionarem o valor de cada tonelada de lixo coletado na cidade pago a empresa Força Ambiental, que, de acordo com reclamações de moradores de bairros mais distantes do centro, não estaria atendendo a contento, embora receba regularmente cerca de R$ 1,7 milhão por mês, serviço que, segundo observadores mais atentos, poderia custar "no mínimo 10% menos".

Os 17 vereadores da cidade não demonstram nenhuma preocupação em cumprir com seus deveres, e essa omissão, na visão de observadores mais atentos, não seria apenas em troca dos cargos dado a eles no governo para empregar cabos eleitores, os chamados "coringas".

Números malocados – Quem entra no site oficial do município buscando informações sobre as receitas e as despesas da gestão Klauco Kaizer não encontra nada. Depara com uma mensagem informando que "houve um erro inesperado" na consulta. Só que isso vem ocorrendo desde o início do ano e lá se vão quase seis meses de falta de transparência.

A gestão de Glauco – um pastor que segundo alguns evangélicos teria sido escolhido por Deus para moralizar a administração municipal – não disponibiliza uma relação dos fornecedores e prestadores de serviços pagos, não informa nada sobre as receitas, e tem escondido alguns contratos firmados.

No caso das transferências constitucionais, por exemplo, fora os repasses do Fundo Nacional de Saúde, recursos de eventuais convênios e verbas provenientes de emendas parlamentares, o município já recebeu este ano R$ 98,6 milhões.

Pelos dados atualizados do Demonstrativo de Distribuição da Arrecadação, ferramenta do Sistema de Informações Banco do Brasil (SISBB), as transferências constitucionais somaram entre 1º de janeiro e 14 de junho R$ 98.664.748,38, mas isso o contribuinte não encontra no site da Prefeitura. Segundo o SISBB, o município recebeu R$ 17.844.369,95 em janeiro, R$ 21.065.213,43 em fevereiro, R$ 16.433.352,85 em março, R$ 17.105.193,23 em abril, R$ 20.570.826,38 em maio, e R$ 5.645.792,54 nos primeiros 15 dias deste mês.

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