Garotinho mostra que o que ele fala não se escreve

Ex-governador disse que sua missão era lutar contra o novo Sergio Cabral que estava surgindo, mas mudou de ideia e se aliou a quem prometia combater

Por Cezar Guedes em 03/08/2022 às 10:01:03
Em entrevista ao jornalista Marlon Brum Garotinho desancou o governador com ataques pesados e denúncias graves

Em entrevista ao jornalista Marlon Brum Garotinho desancou o governador com ataques pesados e denúncias graves

Nos meios políticos costumam dizer que aquilo que o ex-governador Anthony Garotinho fala não se escreve, e isso foi muito comentado nos ambientes de poder nos últimos dias. É que no dia 12 de julho ele falou por mais de uma hora no Estúdio B – Central de Entrevistas, onde desancou o governador Claudio Castro, comparando-o a Sergio Cabral – que está preso e com sentenças que somam mais de 300 anos reclusão -, mas no fim de semana fez declaração de apoio, a Castro, alegando que "a política é dinâmica".

O homem que disse ao vivo que não estava atrás de um emprego público, que só disputaria a eleição deste ano se fosse para o cargo de governador, pois tinha a missão de "salvar o estado de um novo Sérgio Cabral que se apresenta para a população", mudou de ideia rapidamente para apoiar a quem acusou de compra de votos, e de empregar pelo menos 25 mil fantasmas na Fundação Ceperj.

Em sua participação no Estúdio B Anthony Garotinho foi firme no ataque ao governador. "Foi uma grande decepção para mim. Cheguei a fazer algumas declarações de incentivo e apoio a ele (Claudio Castro), mas fiquei olhando a equipe que ele estava montando e não vi algo diferente daquela quadrilha que assaltou o estado do Rio de Janeiro", afirmou em uma entrevista de mais de uma hora e sete minutos de duração, referindo-se aos governos de Sergio Cabral e Luiz Fernando Pezão, o que, a julgar pela aliança de agora, foram apenas palavras ditas ao vento.

Embora sem credibilidade entre líderes partidários e governantes, Garotinho é considerado "bom de voto", e há quem aposte que ele possa chegar a 250 mil votos. "Ele mira as camadas mais pobres, alvo de seus discursos populistas. Ele se volta para um público que se deixa levar pelas falas dele e o aplaude num palanque que pode ter tudo, menos a verdade propriamente dita. Garotinho só consegue enganar a muitos com sua metralhadora diretória, mas nós sabemos muito bem que o que ele busca mesmo é uma acomodação com o poder, nada que um secretariazinha não resolva", diz um frequentador assíduo do Palácio Guanabara.

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