A Prefeitura de Casimiro de Abreu tem no mínimo 90 e no máximo 180 dias para regularizar os serviços em todos os 12 postos da rede municipal de saúde. É o que estabelece o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) assinado pela Prefeitura com a 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Macaé.
Segundo o TAC, as medidas tomadas deverão ser: os acessos às unidades de saúde, a limpeza e desinfecção das áreas classificadas críticas, não-críticas e semicríticas; o programa de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde; as instalações prediais livres de trincas, rachaduras mofos e infiltrações; os consultórios médicos; as salas de procedimentos/curativos, os sanitários com adaptações para deficientes; controle de pragas; equipamentos e medicamentos mínimos para o atendimento de intercorrências; anestesia local sem sedação, entre outros.
A Prefeitura de Casimiro de Abreu deverá comprovar ao MPRJ, ao fim dos prazos, que as medidas previstas no TAC foram realizadas integralmente. Em caso de descumprimento do acordo, o município será multado em R$ 100 mil por cada período de prazo desobedecido.
A celebração do TAC foi possível após a 2ª PJTC de Macaé realizar diversas reuniões com a Prefeitura para debater as irregularidades encontradas nas unidades e a necessidade de implementar readequações urgentes.
Calcanhar de Aquiles do prefeito Ramon Gidalte, a saúde é um dos setores que mais levantam reclamações. Os casos se sucedem: em janeiro deste ano, o Jornal dos Municípios publicou matéria relatando o abandono do posto ESF Onofre João Cunha, em Cachoeiro de Macaé — área rural de Casimiro de Abreu.
Por mais de três meses, o posto, que é de extrema importância para os moradores daquela localidade, ficou inativo, sem médicos e dentistas. Foi preciso uma série de denúncias para retornar às atividades. Todavia, a unidade só abre as portas duas vezes por mês, em meio expediente (até às 12h).
O problema desse posto também é comum em outras unidades de saúde, alvos de vistoria pela equipe técnica do MP.
Boa parte dos problemas encontrados na Saúde decorrem da falta de diretriz nesta pasta. A média de tempo para cada secretário beira seis meses. De 2021 até agora já foram cinco: todos ruins. O pior deles, de longe, foi Pedro Gadelha, vereador que se licenciou do cargo para assumir a Secretaria e cuja atuação não representou nenhuma melhoria efetiva na área. A crise nos postos, aliás, decorre em muito de sua gestão.
Gadelha deixou o cargo para concorrer às eleições deste ano e, em seu lugar, assumiu Daniel Sant"Clair de Morais, seu ex-assessor e quinto nome a ocupar função em três anos, o que denota a instabilidade e desorganização da pasta.
*O espaço está aberto para manifestação da Prefeitura de Casimiro de Abreu.
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