Quatro pessoas da mesma família são presas por extorsão mediante sequestro em Petrópolis, após denúncia do MPRJ

Por Cezar Guedes em 20/05/2024 às 11:38:36

O Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Petrópolis decretou as prisões preventivas de quatro pessoas envolvidas no desaparecimento de uma mulher. A ordem atendeu a pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Promotoria de Justiça de Investigação Penal de Petrópolis. O MPRJ denunciou o caso no dia 14 de maio e os denunciados se encontram presos.

A vítima desapareceu em 29 de fevereiro deste ano no município. As investigações apontam que o mentor do crime seria funcionário da família da vítima há aproximadamente três anos e teria se aproveitado da confiança adquirida e do conhecimento sobre a rotina dos moradores da casa para arquitetar o plano. O criminoso contou com o auxílio dos filhos e de uma mulher com quem mantinha relacionamento amoroso para executar o crime.

Segundo apurado, o homem se apresentou falsamente como policial federal, conquistando assim a confiança da família que o empregou. Ele ficou encarregado de realizar a segurança pessoal dos moradores da casa, além de ter adquirido acesso irrestrito a cartões de crédito e senhas.

Na denúncia, o MPRJ ressalta que o marido da vítima, sem conhecimento da verdadeira identidade dos sequestradores, pagou o resgate de aproximadamente R$ 4,6 milhões para libertá-la. No entanto, ela só foi solta com o oferecimento da denúncia.

A denúncia também relata que, apesar de a vítima ter desaparecido no dia 29 de fevereiro, o caso somente foi levado ao conhecimento da Polícia Civil em 14 de março. O atraso para apresentar os fatos às autoridades se deu por influência do próprio funcionário das vítimas, com o objetivo de atrasar o início das investigações.

De acordo com as diligências investigatórias realizadas pelo MPRJ e pela Polícia Civil, o homem, idealizador do sequestro, e os demais acusados, foram os reais beneficiários do valor pago a título de resgate.

No dia do pagamento do resgate, o grupo criminoso adquiriu um veículo de luxo, avaliado em RS 500 mil, pagos em espécie. Além do veículo, uma motocicleta e 950 celulares foram adquiridos pelos acusados com o dinheiro obtido ilicitamente.

No total, o marido da mulher desaparecida realizou mais de quarenta transferências bancárias por orientação do funcionário em contas por ele indicadas para aquisição de dólares, também para pagamento do resgate.

A linha de investigação da Promotoria de Justiça e da 105ª Delegacia de Polícia aponta para suspeitas de que a vítima sequestrada foi assassinada pelo grupo e teve seu cadáver ocultado, motivo pelo qual as investigações prosseguirão em procedimento investigatório criminal próprio. Também há indícios da prática dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que serão devidamente apurados.

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