A campanha eleitoral começa em agosto, mas Araruama já vive clima de tensão entre a pré-candidata Penha Bernardes e a prefeita Livia Belo, a Livia de Chiquinho. E no meio da troca de farpas e insinuações, o delegado de polícia de Araruama.
Penha foi as redes sociais nesta quarta-feira à noite para denunciar um atentado feito por dois homens armados, de moto, que segundo ela, dispararam tiros para o alto e mandaram terminar a reunião, realizada pelo seu grupo político com cerca de 400 pessoas, no Bairro Areal. Dois carros teriam sido atingidos na ocasião.
"Quando iniciei minha fala, tivemos que parar a reunião. Deram mais de dez tiros pra cima pedindo para parar a todo custo. Entramos em uma sala para proteger as crianças, acuados. É o nível de política suja que impera em nossa cidade: o coronelismo, a ditadura. Infelizmente nos deparamos com essa situação", disse a pré-candidata, que é vereadora, em um vídeo publicado em suas redes sociais.
Já Lívia de Chiquinho apresentou outra versão. Ela pediu que a Polícia Civil apresente os carros alvejados para serem periciados, dando início a investigação. "Infelizmente quando a polícia chegou , os veículos haviam desaparecidos. Até a gravação desse vídeo, a perícia (nos veículos) não havia sido feita. Onde estão esses veículos? Por favor, delegado, cumpra com seu dever, com seu papel, que seja feita a perícia e seja dada uma resposta a população".
Testemunha confirma disparos, mas nega "ordem" de parar o evento.
Os donos dos carros que sumiram na quarta, apareceram nesta quinta-feira. Duas testemunhas, presentes ao evento, compareceram a 119ª DP e confirmaram a confusão. Segundo a mulher, de 56, anos, seu carro, um Kia Sportage branco, estava estacionado na Rua Herve Salgado, próximo ao evento denominado "mandato em movimento", quando ouviu o barulho de tiros na rua. Ela foi alertada por outra pessoa de que seu veículo estava perfurado nos dois vidros traseiros e na lataria próximo ao tanque de gasolina. No entanto, ela negou ter ouvido pessoas mandando parar a reunião. Disse que não apresentou seu carro a polícia na quarta-feira porque estava assustada e que após o ocorrido "decidiu ir pra casa".