Mais de 60 anos de carreira e personagens históricos na TV brasileira, incluindo mais de 300 personagens e 14.000 entrevistas. Jô Soares morreu aos 84 anos em 2022 / Ramón Vasconcelos-RG
Com quatro episódios já disponibilizados no Globoplay, com depoimentos de grandes artistas e entrevista inédita de Flávia Pedras Soares, ex-esposa de Jô Soares, "Um Beijo do Gordo" desembarca no GNT, com exibições semanais a partir deste domingo, sempre às 22 horas. "Foram 60 anos de vida profissional, 28 anos de entrevistas, 14.426 conversas, cerca de 1.300 dias de programas de humor, 300 personagens e nove livros". É desta forma que a atriz Fernanda Montenegro abre o documentário que homenageia um dos maiores artistas da televisão brasileira: José Eugênio Soares, o eterno e querido Jô Soares. Nesta segunda, dia 05, se completa dois anos de sua morte, o inesquecível bordão "Um Beijo do Gordo" intitula a série documental Original Globoplay, dirigida por Antonia Prado e Renato Terra.
Jô Soares começou sua carreira na televisão em 1958, no programa "TV de Vanguarda". Rapidamente, seu talento para o humor e sua capacidade de criar personagens cativantes o destacaram. Um dos seus papéis mais icônicos foi o "Capitão Gay" no programa "Viva o Gordo", exibido pela Rede Globo nos anos 1980. Seu humor inteligente e afiado conquistou o público e se tornou referência no humor brasileiro.
Em 1988, Jô Soares deu início a uma nova fase na sua carreira com o programa "Jô Soares Onze e Meia" no SBT, um talk-show inovador que combinava entrevistas com celebridades e pessoas comuns, sempre com um toque de humor e irreverência. O programa foi um sucesso e, em 2000, Jô levou o formato para a Rede Globo, onde passou a se chamar "Programa do Jô". Por mais de uma década, Jô Soares entrevistou milhares de pessoas, desde artistas consagrados até políticos e cientistas, sempre com uma abordagem única e instigante.
Além da televisão, Jô Soares também se destacou como escritor. Autor de vários livros, incluindo romances policiais e coletâneas de crônicas, Jô demonstrou seu talento literário e sua capacidade de transitar por diferentes gêneros. Obras como "O Xangô de Baker Street" e "O Homem Que Matou Getúlio Vargas" são exemplos de seu estilo único, que mistura humor e ficção histórica.
No teatro, Jô Soares também deixou sua marca. Atuou e dirigiu diversas peças, sempre com uma abordagem criativa e inovadora. No cinema, participou de filmes como "O Homem do Sputnik" e "O Pai do Povo", além de dirigir longas-metragens como "O Xangô de Baker Street", adaptado de seu próprio livro.
Jô Soares faleceu em 5 de agosto de 2022, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira.