Do streaming para a TV paga, o imperdível "Um Beijo do Gordo"

Documentário sobre a vida de Jô Soares estreia no GNT, uma semana após estrondoso sucesso no Globoplay

Por Marina Araújo em 31/07/2024 às 04:32:33
Mais de 60 anos de carreira e personagens históricos na TV brasileira, incluindo mais de 300 personagens e 14.000 entrevistas. Jô Soares morreu aos 84 anos em 2022 / Ramón Vasconcelos-RG

Mais de 60 anos de carreira e personagens históricos na TV brasileira, incluindo mais de 300 personagens e 14.000 entrevistas. Jô Soares morreu aos 84 anos em 2022 / Ramón Vasconcelos-RG

Com quatro episódios já disponibilizados no Globoplay, com depoimentos de grandes artistas e entrevista inédita de Flávia Pedras Soares, ex-esposa de Jô Soares, "Um Beijo do Gordo" desembarca no GNT, com exibições semanais a partir deste domingo, sempre às 22 horas. "Foram 60 anos de vida profissional, 28 anos de entrevistas, 14.426 conversas, cerca de 1.300 dias de programas de humor, 300 personagens e nove livros". É desta forma que a atriz Fernanda Montenegro abre o documentário que homenageia um dos maiores artistas da televisão brasileira: José Eugênio Soares, o eterno e querido Jô Soares. Nesta segunda, dia 05, se completa dois anos de sua morte, o inesquecível bordão "Um Beijo do Gordo" intitula a série documental Original Globoplay, dirigida por Antonia Prado e Renato Terra.

Com quatro episódios, a produção revisita a vida e obra do multiartista, relembrando seus projetos e personagens icônicos, e traz depoimentos de grandes talentos, além de entrevistas inéditas, como a de Flávia Pedras Soares, seu grande amor.

"Relembramos os mais de 60 anos de carreira, por meio de depoimentos de pessoas que criaram os programas com ele, parceiros de vida e trabalho, as peças de teatro e muito material de arquivo de toda sua trajetória. Dos seus grandes personagens na TV, como Vovó Nana e Capitão Gay, ao reconhecido apresentador do maior talk show do Brasil. O público pode ver um documentário com a alma do Jô Soares", explica a diretora Antônia Prado. "Buscamos retratar a genialidade do artista que deixou seu legado na história pelo humor na televisão e nos palcos, pelo senso crítico e pela maneira inteligente e generosa de entrevistar", finaliza.

No primeiro episódio, a série apresenta a formação do humorista Jô Soares com seus inesquecíveis personagens e bordões que marcaram a história da TV, do cinema e do teatro. O documentário também mostra sua busca pelo sonho de um talk show, motivo que o levou a interromper o sucesso de "Viva o Gordo", em 1987.

Já no segundo, o público poderá conferir os bastidores e segredos do "Jô Soares Onze e Meia", um programa histórico que estreou em 1988, inaugurou um novo formato na TV brasileira e se manteve no topo por mais de uma década no SBT, com as entrevistas antológicas, os momentos marcantes e as interações hilárias com Derico, Tomati e Bira, alguns dos integrantes de sua banda, além do assistente de palco Alex.

Talentos como Tatá Werneck, Fábio Porchat, Welder Rodrigues, Marcelo Adnet, Heloisa Périssé e Angélica participam do terceiro episódio ajudando a contar a história do artista e sua influência sob diferentes pontos de vista.

Um dos destaques do projeto está no quarto e último episódio: uma entrevista inédita com Flavia Pedras Soares, o grande amor da vida do apresentador. O documentário faz uma visita à casa do artista e mostra um ambiente privado e íntimo, que revela um lado ainda mais discreto e gentil de Jô. "Nesta produção, revelamos o Jô que só os íntimos conheciam. Temos materiais sendo exibidos pela primeira vez, graças à generosidade da Flávia, com quem Jô foi casado por 15 anos, e pessoas que trabalharam em sua casa, com depoimentos inéditos", completa Renato Terra, diretor e roteirista.

A série também conta com a participação de personalidades que marcaram a vida do artista ou que tiveram suas vidas impactadas por ele. Entre eles, Claudia Raia, Dráuzio Varella, grande amigo de Jô Soares; Bruno Mazzeo, Renato Aragão e Adriane Galisteu.

Jô Soares começou sua carreira na televisão em 1958, no programa "TV de Vanguarda". Rapidamente, seu talento para o humor e sua capacidade de criar personagens cativantes o destacaram. Um dos seus papéis mais icônicos foi o "Capitão Gay" no programa "Viva o Gordo", exibido pela Rede Globo nos anos 1980. Seu humor inteligente e afiado conquistou o público e se tornou referência no humor brasileiro.

Em 1988, Jô Soares deu início a uma nova fase na sua carreira com o programa "Jô Soares Onze e Meia" no SBT, um talk-show inovador que combinava entrevistas com celebridades e pessoas comuns, sempre com um toque de humor e irreverência. O programa foi um sucesso e, em 2000, Jô levou o formato para a Rede Globo, onde passou a se chamar "Programa do Jô". Por mais de uma década, Jô Soares entrevistou milhares de pessoas, desde artistas consagrados até políticos e cientistas, sempre com uma abordagem única e instigante.

Além da televisão, Jô Soares também se destacou como escritor. Autor de vários livros, incluindo romances policiais e coletâneas de crônicas, Jô demonstrou seu talento literário e sua capacidade de transitar por diferentes gêneros. Obras como "O Xangô de Baker Street" e "O Homem Que Matou Getúlio Vargas" são exemplos de seu estilo único, que mistura humor e ficção histórica.

No teatro, Jô Soares também deixou sua marca. Atuou e dirigiu diversas peças, sempre com uma abordagem criativa e inovadora. No cinema, participou de filmes como "O Homem do Sputnik" e "O Pai do Povo", além de dirigir longas-metragens como "O Xangô de Baker Street", adaptado de seu próprio livro.

Jô Soares faleceu em 5 de agosto de 2022, deixando um legado inestimável para a cultura brasileira.


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