Prefeito de Macaé é acusado de comandar milícia digital contra adversários políticos

Por Cezar Guedes em 17/09/2024 às 00:48:53
As denúncias contra o prefeito de Macaé, Welberth Rezende Porto (foto) não param. Uma semana depois de ter um irmão acusado supostamente de ligação com o tráfico de drogas, outra denúncia tão ou mais bombástica explodiu no Município. Agora Welberth é suspeito de comandar um esquema envolvendo influenciadores digitais e agências de publicidade para promover sua campanha à reeleição e atacar e difamar seus adversários políticos.

O fato já chegou a Justiça Eleitoral e um pedido de Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE)já tramita no fórum da cidade. A denúncia deixa a crer que o prefeito abusou do poder econômico e usou indevidamente os meios de comunicação utilizando o dinheiro dos pagadores de impostos da cidade .

Além do prefeito são réus no processo Robson Santos de Souza, Fabiano Lima Paschoal de Souza, Push Comunicação, Notícias Macaé, Agência Fala Macaé Comunicação. AIJE cita que o "prefeito desenvolveu uma estratégia de cooptação de colaboradores de colaboradores para disseminação de seus conteúdos em redes sociais e de serviços de streaming e com os olhos voltados para as eleições revestiu-se nitidamente de caráter ilícito e abusivo. Opera-se em Macaé um grande esquema de comunicação, que abastecido com dinheiro público é utilizado para dar visibilidade ao prefeito e impedir críticas ou contrariedades a sua gestão, bem como difamar, abafar e prejudicar qualquer candidato da oposição".

Ainda segundo as denúncias, Welberth desenvolveu uma estratégia de cooptação de colaboradores para disseminar conteúdos do prefeito nas redes sociais, assim como disseminação de matérias mentirosas, depreciativas de outros candidatos. Dessa forma, várias mídias sociais divulgam os conteúdos, muitos em forma simultânea, visando à ampliação dos conteúdos do prefeito no município e a terceirização dos ataques nas redes sociais. Tudo isso com dinheiro público.

As denúncias vão além. Os donos das páginas teriam sido nomeados com cargos comissionados no governo e como retribuição passam a se utilizar de suas páginas empresarias para ampliar o alcance das mídias do prefeito e assim publicar conteúdo que favoreçam a sua imagem bem como atacar seus adversários políticos.

Já quem não é nomeado no governo, recebe o "benefício" direto ou direto, via pagamento para as pessoas jurídicas cujos sócios são controladores das páginas. A outra foram ainda de acordo com a AIJE é o pagamento direto pelo município de Macaé ou realizado por meio das agências de publicidade responsável pela comunicação institucional da prefeitura.

De acordo com a AIJE, Welberth atua como "chefe de um cartel digital", atuando também para remunerar parentes e apoiadores do prefeito de forma indireta. A ação deixa claro que pelos fatos apresentados, o prefeito cometeu crime eleitoral, conforme artigo 323 , parágrafos 1º e 2º do Código eleitoral, do artigo 57, parágrafo 1º da Lei 9504/97 e do artigo 89 da Resolução 23.610 cuja regra diz:

"Constitui crime punível com detenção de dois a quatro anos e multa de 15 mil a 50 mil reais a contratação direta ou indireta de grupo de pessoas com a finalidade específica de emitir mensagem ou comentários na internet para ofender a honra ou desabonar imagem de candidato(a), partido político ou coligação."

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria




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