Justiça condena a 5 anos de prisão dono de ferro-velho usado para desmanchar carro utilizado para assassinar Marielle Franco
A 37ª Vara Criminal do Rio de Janeiro condenou nesta segunda-feira (30/9) Edilson Barbosa dos Santos, o Orelha, a 5 anos e 17 dias por ajudar os assassinos da vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes, a destruir o carro utilizado no crime ocorrido em 14 de março de 2018. A decisão é do juiz Renan de Freitas Ongaratto, da 37ª Vara Criminal.
Segundo o Ministério Público, Orelha foi um dos responsáveis por embaraçar a investigação contra a organização criminosa envolvida no atentado impedindo e atrapalhando as investigações ao destruir o GM Cobalt em um desmanche no Morro da Pedreira, Zona Norte do Rio.
O condenado é dono de ferro-velho e era um velho conhecido de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, presos como executores do crime. Na delação premiada de Élcio, o dono de ferro-velho foi acionado pelo ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel – também preso –, para se livrar do veículo usado crime.
Na sentença, o juiz afirma que Orelha "tinha consciência da gravidade das infrações penais que estavam sendo investigadas", referindo-se aos homicídios de Marielle Franco e Anderson Gomes. Ele destaca que o réu sabia da importância social de uma solução rápida pelo Poder Público, principalmente porque "todos os jornais, redes sociais e demais veículos midiáticos noticiavam o ocorrido, sua gravidade e possíveis repercussões". A destruição do veículo dificultou as investigações, "reforçando a sensação de impunidade".
O magistrado afirma também que Orelha agiu com dolo ao embaraçar as investigações. Ongaratto enfatiza que foi comprovado que Orelha tinha conhecimento de que o veículo que destruiu havia sido usado nos homicídios.
Ongaratto observa que "a destruição do carro embaraçou as investigações daqueles homicídios, impossibilitando a realização de perícia criminal no veículo" e contribuindo para o atraso na identificação dos executores e mandantes do crime.