Polícia Civil fecha ferro-velho clandestino ligado à milícia em Nova Iguaçu

Operação apreende mais de 100 kg de cobre furtado, placas de trânsito e outros bens, além de expor ligação clandestina de energia e funcionamento irregular do estabelecimento

Por Cezar Guedes em 07/01/2025 às 10:14:16

Policiais civis da Delegacia de Roubos e Furtos (DRF) deflagraram, nesta segunda-feira (6), uma operação que resultou no fechamento de um ferro-velho clandestino em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O estabelecimento, situado em uma área controlada por milicianos, era peça chave de um esquema de receptação de materiais furtados e fornecimento ilegal de serviços. Duas mulheres, proprietárias do local, foram presas em flagrante.

Durante a ação, os agentes recolheram uma grande quantidade de materiais com indícios de furto, incluindo 102,5 kg de cobre, sendo que aproximadamente 2,5 kg pertenciam a uma concessionária de energia elétrica e possuíam identificação oficial. Também foram encontrados fios queimados, cobre sem queima, duas placas de trânsito, uma tampa de esgoto e um componente de motor, reforçando a suspeita de que o ferro-velho mantinha envolvimento direto com crimes contra bens públicos e privados.

Além da apreensão dos materiais, verificou-se que o estabelecimento operava de forma irregular: o local não possuía Cadastro de Estabelecimento de Reciclagem (CER), obrigatório para a atividade de ferros-velhos, e seu alvará de funcionamento estava vencido. Durante a inspeção, equipes de uma concessionária constataram a existência de um "gato" — ligação clandestina — na rede elétrica, configurando o crime de furto de energia.

As investigações apontam ainda que o ferro-velho incentivava usuários de drogas a furtarem cabos e outros materiais de concessionárias, oferecendo dinheiro por esses itens. Essa prática criminosa tem acarretado transtornos consideráveis à população, como interrupções em serviços essenciais, incluindo energia elétrica e telefonia.

Com base nas evidências coletadas, as duas proprietárias foram encaminhadas, junto aos materiais apreendidos, para a sede da DRF, onde foram autuadas e colocadas à disposição da Justiça. A perícia já foi acionada para conduzir uma análise detalhada do local, visando aprofundar as investigações.


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