Pedro Ygor Gadelha exibe seu diploma de vereador, agora sob investigação por suposta compra de votos durante as eleições de 2024
Em um caso que trouxe à tona questões graves sobre a integridade do processo eleitoral, o Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentou alegações finais em uma ação por Captação Ilícita de Sufrágio contra Pedro Ygor Gadelha Mota dos Santos (foto), candidato a vereador, e seu assessor parlamentar, Glauco Pereira da Penha. A ação, que tramita na 50ª Zona Eleitoral de Casimiro de Abreu, envolve acusações de corrupção eleitoral e compra de votos durante as eleições de 2024.
A investigação teve início após a prisão em flagrante de Glauco Pereira da Penha no dia das eleições. Ele foi encontrado transportando uma quantia significativa de dinheiro em espécie, santinhos de Pedro Gadelha e uma lista detalhada contendo nomes, números de títulos de eleitor, zonas e seções de votação de diversos eleitores da região.
A denúncia, recebida pela equipe de fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) e pelo MPE, indicava que uma motocicleta branca, modelo PCX, estava sendo utilizada para distribuir dinheiro a eleitores em troca de votos. A abordagem ocorreu nas proximidades de uma cafeteria no centro da cidade, onde Glauco foi flagrado com R$ 2.400,00 em espécie, além de material de campanha e uma lista de eleitores.
O MPE sustenta que a apreensão dos itens com Glauco Pereira da Penha não foi um evento isolado, mas parte de uma operação coordenada para a compra de votos em benefício de Pedro Gadelha. A lista de eleitores apreendida, contendo informações detalhadas sobre os votantes, associada aos valores em espécie e aos santinhos do candidato, evidencia, segundo o MPE, a intenção de influenciar o resultado das eleições por meio de práticas ilícitas.
Os depoimentos colhidos durante a investigação revelaram que a lista de eleitores foi elaborada por Agnaldo Ivo Vitoriano, pastor e cabo eleitoral de Pedro Gadelha, e entregue a Patrick de Souza Gomes, assessor parlamentar e coordenador de campanha do candidato. A motocicleta utilizada por Glauco pertencia à esposa de Pedro Gadelha, Gabriele Rigueira Machado Gadelha, o que, segundo o MPE, reforça a ligação direta entre os envolvidos e o candidato.
Os depoimentos das testemunhas e dos próprios envolvidos apresentaram diversas contradições. Agnaldo Vitoriano afirmou que elaborou a lista de eleitores por iniciativa própria para "mostrar serviço" como cabo eleitoral, mas sua versão foi considerada inconsistente pelo MPE. Patrick de Souza Gomes também apresentou declarações contraditórias sobre a origem e o manuseio da lista.
O MPE requereu a procedência da ação, com a aplicação das sanções correspondentes, incluindo a cassação do diploma de Pedro Gadelha, a fixação de multa e a declaração de inelegibilidade de ambos os representados. O julgamento do caso está agora nas mãos da Justiça Eleitoral, que determinará as penalidades a serem aplicadas.
Este caso destaca a importância da vigilância e da fiscalização rigorosa durante o processo eleitoral, reafirmando o compromisso das autoridades em combater práticas que comprometam a lisura e a legitimidade das eleições. A comunidade de Casimiro de Abreu aguarda com expectativa o desfecho deste processo, que poderá ter implicações significativas para a política local.