Vereador de Casimiro de Abreu e assessor são acusados de compra de votos

Ministério Público Eleitoral apresenta alegações finais em ação por Captação Ilícita de Sufrágio envolvendo Pedro Ygor Gadelha e seu assessor, Glauco Pereira da Penha.

Por Cezar Guedes em 31/01/2025 às 17:38:39
Pedro Ygor Gadelha exibe seu diploma de vereador, agora sob investigação por suposta compra de votos durante as eleições de 2024

Pedro Ygor Gadelha exibe seu diploma de vereador, agora sob investigação por suposta compra de votos durante as eleições de 2024

Em um caso que trouxe à tona questões graves sobre a integridade do processo eleitoral, o Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentou alegações finais em uma ação por Captação Ilícita de Sufrágio contra Pedro Ygor Gadelha Mota dos Santos (foto), candidato a vereador, e seu assessor parlamentar, Glauco Pereira da Penha. A ação, que tramita na 50ª Zona Eleitoral de Casimiro de Abreu, envolve acusações de corrupção eleitoral e compra de votos durante as eleições de 2024.

O Caso

A investigação teve início após a prisão em flagrante de Glauco Pereira da Penha no dia das eleições. Ele foi encontrado transportando uma quantia significativa de dinheiro em espécie, santinhos de Pedro Gadelha e uma lista detalhada contendo nomes, números de títulos de eleitor, zonas e seções de votação de diversos eleitores da região.

A denúncia, recebida pela equipe de fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) e pelo MPE, indicava que uma motocicleta branca, modelo PCX, estava sendo utilizada para distribuir dinheiro a eleitores em troca de votos. A abordagem ocorreu nas proximidades de uma cafeteria no centro da cidade, onde Glauco foi flagrado com R$ 2.400,00 em espécie, além de material de campanha e uma lista de eleitores.

Alegações do Ministério Público

O MPE sustenta que a apreensão dos itens com Glauco Pereira da Penha não foi um evento isolado, mas parte de uma operação coordenada para a compra de votos em benefício de Pedro Gadelha. A lista de eleitores apreendida, contendo informações detalhadas sobre os votantes, associada aos valores em espécie e aos santinhos do candidato, evidencia, segundo o MPE, a intenção de influenciar o resultado das eleições por meio de práticas ilícitas.

Os depoimentos colhidos durante a investigação revelaram que a lista de eleitores foi elaborada por Agnaldo Ivo Vitoriano, pastor e cabo eleitoral de Pedro Gadelha, e entregue a Patrick de Souza Gomes, assessor parlamentar e coordenador de campanha do candidato. A motocicleta utilizada por Glauco pertencia à esposa de Pedro Gadelha, Gabriele Rigueira Machado Gadelha, o que, segundo o MPE, reforça a ligação direta entre os envolvidos e o candidato.

Depoimentos Contraditórios

Os depoimentos das testemunhas e dos próprios envolvidos apresentaram diversas contradições. Agnaldo Vitoriano afirmou que elaborou a lista de eleitores por iniciativa própria para "mostrar serviço" como cabo eleitoral, mas sua versão foi considerada inconsistente pelo MPE. Patrick de Souza Gomes também apresentou declarações contraditórias sobre a origem e o manuseio da lista.

O MPE requereu a procedência da ação, com a aplicação das sanções correspondentes, incluindo a cassação do diploma de Pedro Gadelha, a fixação de multa e a declaração de inelegibilidade de ambos os representados. O julgamento do caso está agora nas mãos da Justiça Eleitoral, que determinará as penalidades a serem aplicadas.

Este caso destaca a importância da vigilância e da fiscalização rigorosa durante o processo eleitoral, reafirmando o compromisso das autoridades em combater práticas que comprometam a lisura e a legitimidade das eleições. A comunidade de Casimiro de Abreu aguarda com expectativa o desfecho deste processo, que poderá ter implicações significativas para a política local.



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