Na tarde desta terça-feira (11), policiais da cidade de Macaé, no Rio de Janeiro, prenderam um influenciador digital no bairro de Imbetiba, sob acusação de extorsão contra o prefeito Welberth Rezende e membros da equipe de governo municipal. De acordo com as investigações, o influenciador utilizava sua conta no Instagram para publicar conteúdos ofensivos contra a administração e teria exigido um pagamento mensal de R$ 12 mil para interromper as postagens.
Embora o caso tenha sido amplamente divulgado, o nome do influenciador não foi revelado pela polícia.
O delegado Pedro Emílio Braga, titular da 123ª Delegacia de Polícia de Macaé, detalhou a operação durante uma entrevista coletiva realizada na quarta-feira (12). Segundo ele, as investigações tiveram início a partir de uma denúncia formal apresentada pelo gabinete do prefeito.
Como prova do crime, foram coletados diversos prints de conversas entre o influenciador e um servidor público da prefeitura. A polícia apurou que o funcionário teria sido usado como intermediário nas negociações.
O inquérito aponta que o influenciador criou uma página em uma rede social voltada para publicar uma série de ataques contra a gestão municipal. Segundo as investigações, ele entrou em contato com o servidor público e solicitou que transmitisse ao prefeito sua proposta para que as publicações fossem cessadas.
Diante da gravidade da situação, o servidor comunicou imediatamente o caso ao gabinete do prefeito e à Secretaria de Segurança Pública, que acionou a Polícia Civil. Após aprofundamento das investigações, as autoridades confirmaram o crime e realizaram a prisão.
A prática de chantagem e extorsão por influenciadores digitais não se restringe a Macaé. Na tarde da segunda-feira, dia 25, um caso semelhante ocorreu no município de Casimiro de Abreu.
O blogueiro Renan Rocha de Assis, conhecido como Renan Finellon, foi preso sob acusação de extorsão contra um empresário local. A ação foi conduzida pela Polícia Civil, após um pedido do Ministério Público, que apresentou provas e depoimentos comprometedores contra o influenciador.
Segundo as autoridades, Renan usava suas redes sociais para fazer denúncias e críticas a figuras políticas e empresariais, mas passou a ser alvo de investigação quando surgiram indícios de que ele chantageava um empresário, exigindo dinheiro em troca da não publicação de vídeos difamatórios no Instagram.
Os casos reforçam a crescente preocupação das autoridades com o uso indevido das redes sociais para práticas criminosas, como extorsão e chantagem, evidenciando que influenciadores digitais que extrapolam os limites da liberdade de expressão podem responder legalmente por seus atos.