Fernando Frazão/Agência Brasil
A Polícia Federal (PF) informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que não encontrou no celular do ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, nenhuma conversa com a vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018 junto com seu motorista, Anderson Gomes.
Moraes havia determinado nesta semana o envio de qualquer conversa entre os dois, a pedido da defesa de Rivaldo, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como um dos mentores do crime. O advogado Marcelo Ferreira pretendia usar o material para demonstrar que os dois mantinham uma relação cordial e profissional. Rivaldo está preso preventivamente desde março do ano passado.
Segundo a denúncia da PGR, Rivaldo teria planejado e ordenado a morte da vereadora, além de ter atuado para atrapalhar as investigações sobre o crime enquanto chefiava a Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro.
Além dos diálogos com Marielle, a defesa de Rivaldo queria que a PF encaminhasse qualquer conversa entre o ex-chefe da Polícia Civil e os delegados Giniton Lages e Daniel Rosa, que atuaram no caso Marielle, e Brenno Carnevale, que relatou interferências superiores sobre o trabalho da Delegacia de Homicídios da capital. A defesa pretende sustentar que Rivaldo fez cobranças a respeito da apuração do assassinato.
No ofício encaminhado ao STF, o delegado da Polícia Federal Guilhermo Catambry afirmou que a perícia não encontrou nenhum diálogo com nenhum dos interlocutores citados no aparelho apreendido com Rivaldo. "Tampouco foram encontradas conversas com essas pessoas no celular da esposa de Rivaldo", relatou o investigador.
Crime
A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018 na região central do Rio de Janeiro. Eles foram alvo de tiros disparados de um veículo em movimento contra o carro em que estavam.
Segundo a denúncia da PGR, o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) agiu junto com seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa para planejar a morte de Marielle. A motivação seria a atuação da vereadora contra a grilagem de terras em áreas controladas por milícias na zona