O Grupo de Atuação Especializada em Tribunal do Júri do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (GAEJURI/MPRJ) garantiu, na noite desta quarta-feira (09/04), a condenação de Carlos José de França a 33 anos de reclusão pelo assassinato da artista circense argentina Florencia Aranguren. O julgamento foi realizado no Fórum da Comarca de Armação dos Búzios, na Região dos Lagos.
A pedido do Ministério Público, a Justiça também determinou o pagamento de indenização de R$ 50 mil aos familiares da vítima, que se deslocaram de Buenos Aires até o Brasil para acompanhar o julgamento.
O plenário do Tribunal do Júri esteve lotado, e a presença emocionada dos amigos e familiares de Florencia marcou o julgamento. Antes da sessão, todos foram acolhidos pelo GAEJURI/MPRJ, que explicou o funcionamento do processo e garantiu apoio jurídico e emocional, conforme previsto na Resolução nº 243 do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Essa norma assegura o direito à informação, proteção, participação e reparação às chamadas vítimas indiretas — familiares da vítima fatal.
"A pena aplicada representa uma resposta penal justa ao acusado e à sociedade de Búzios, que sentiu profundamente os impactos desse crime bárbaro. E agora, a família da vítima poderá, enfim, seguir seu caminho com a certeza de que nosso país demonstrou não tolerar a barbárie", declarou Simone Sibilio, coordenadora do GAEJURI/MPRJ.
A promotora de Justiça Rita Madeira foi responsável pela sustentação oral durante o julgamento, que também contou com a atuação de Marcela Becker, designada para a 2ª Promotoria de Justiça de Búzios, além da subcoordenadora Roberta Maristela dos Anjos.
Durante o julgamento, o Ministério Público apresentou provas técnicas contundentes: vestígios de material genético do réu sob as unhas da vítima e sangue nas roupas do acusado, além de arranhões compatíveis com unhas humanas, reforçaram a tese de que Florencia tentou se defender antes de ser morta.
Diante das provas apresentadas, os jurados acolheram integralmente as argumentações do MPRJ e reconheceram todas as qualificadoras descritas na denúncia: o crime foi cometido com extrema crueldade e por meio de recurso que dificultou a defesa da vítima.
Florencia Aranguren, de nacionalidade argentina, foi brutalmente assassinada com 18 facadas, no início de dezembro de 2023, enquanto caminhava por uma trilha em direção à Praia de José Gonçalves, em Búzios.
O corpo foi encontrado por guardas municipais e, curiosamente, o cão da vítima teve papel fundamental na identificação do criminoso: o animal, que se manteve tranquilo diante de outras pessoas, atacou Carlos França quando ele se aproximou do local do crime — comportamento que chamou a atenção dos investigadores.
Florencia havia chegado a Búzios apenas três dias antes do assassinato, integrando um grupo de artistas de circo. Seu assassinato gerou grande comoção social e sensibilizou não apenas o Brasil, mas também o público argentino, que acompanhou de perto o desfecho judicial.
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