PF deflagra Operação Farra Brasil 14 e desarticula esquema de fraudes no app CAIXA TEM

Polícia Federal cumpre 23 mandados de busca e apreensão em Niterói, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Macaé e Rio das Ostras. Ao todo, 16 suspeitos estão sob medidas cautelares, como tornozeleira eletrônica, bloqueio de bens e restrição de contato.

Por Cezar Guedes em 15/04/2025 às 10:20:51
Polícia Federal/Divulgação

Polícia Federal/Divulgação

Na manhã desta terça-feira, 15 de abril, a Polícia Federal deflagrou a Operação Farra Brasil 14, mirando um esquema milionário de fraudes cometido por meio do aplicativo CAIXA TEM. A operação teve o objetivo de desmantelar uma organização criminosa especializada em desviar recursos de programas sociais do Governo Federal, além de verbas provenientes do FGTS e do Seguro-Desemprego.

Mais de 80 policiais federais saíram às ruas para cumprir 23 mandados de busca e apreensão nos municípios de Niterói, Rio de Janeiro, São Gonçalo, Maricá, Itaboraí, Macaé e Rio das Ostras, todos no estado do Rio de Janeiro. A Justiça Federal ainda determinou medidas cautelares contra 16 investigados, o que pode incluir restrições como uso de tornozeleira eletrônica, proibição de contato entre os envolvidos, e bloqueio de bens.

Um esquema articulado dentro e fora da Caixa

De acordo com as investigações, o grupo criminoso contava com a colaboração de funcionários da Caixa Econômica Federal e de Casas Lotéricas, que recebiam propina para facilitar o acesso dos estelionatários às contas bancárias de terceiros. O alvo principal eram as contas sociais geridas pelo CAIXA TEM, plataforma que concentra o pagamento de auxílio emergencial, Bolsa Família, auxílio gás, entre outros benefícios governamentais.

A atuação da quadrilha também comprometeu valores do FGTS e Seguro-Desemprego, ampliando o impacto da fraude para além dos beneficiários de programas sociais.

Desde o lançamento do aplicativo, em abril de 2020, a Caixa registrou cerca de 749 mil processos de contestação ligados a movimentações suspeitas, o que representa um prejuízo estimado em R$ 2 bilhões já ressarcidos aos seus titulares pela instituição financeira.

Apoio técnico e consequências penais

As investigações foram conduzidas com o apoio da Centralizadora Nacional de Segurança e Prevenção a Fraude (CEFRA) e da Corregedoria Regional da Caixa. Ambos os órgãos desempenharam papel fundamental na identificação dos servidores envolvidos e no rastreamento digital das irregularidades.

Os envolvidos responderão pelos crimes de:

  • Organização criminosa,
  • Furto qualificado,
  • Corrupção ativa e passiva,
  • Inserção de dados falsos em sistema de informações oficiais.

Se condenados, as penas podem somar dezenas de anos de prisão, além de multas e sanções administrativas.

A Polícia Federal segue com as investigações para identificar demais envolvidos e ampliar o rastreamento do dinheiro desviado. A expectativa é de que novas fases da operação sejam deflagradas nos próximos meses.

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