Confusão na Saúde em Rio das Ostras: Prefeito muda versão e provoca reações

Administração municipal enfrenta críticas após alterações em relato sobre aluguel de ambulâncias

Por Cezar Guedes em 24/04/2025 às 14:16:45
Ambulâncias em operação em Rio das Ostras, recentemente envoltas em polêmica sobre a forma de aquisição e uso dos recursos públicos.

Ambulâncias em operação em Rio das Ostras, recentemente envoltas em polêmica sobre a forma de aquisição e uso dos recursos públicos.

A crise atual na saúde pública de Rio das Ostras expõe não apenas os desafios estruturais e operacionais enfrentados pelo município, mas também a flagrante falta de transparência e coerência nas comunicações da administração municipal. As recentes contradições nas declarações do prefeito Carlos Augusto Balthazar (PL) sobre o uso de ambulâncias são apenas a ponta de um iceberg de problemas muito mais profundos que acometem a gestão pública local.

Relembrando o episódio: menos de três meses após declarar estado de calamidade pública na saúde — uma medida extrema tomada em janeiro devido à escassez de recursos básicos —, a prefeitura anunciou uma "parceria solidária" com empresários da região para manter as ambulâncias em funcionamento. Esta iniciativa foi inicialmente apresentada como um exemplo de colaboração comunitária e resiliência. Contudo, o que deveria representar um trunfo para o governo local tornou-se um motivo de escárnio e desconfiança.

Agora, enfrentamos uma reviravolta: o prefeito Carlos Augusto declarou que as ambulâncias não foram emprestadas, mas alugadas com recursos públicos. Tal mudança de narrativa mina a confiança dos cidadãos na administração municipal. Surgem então inúmeras perguntas: Quem são exatamente os empresários envolvidos? Quanto realmente foi gasto? Existem contratos formais e, se sim, quais suas cláusulas e valores?

A responsabilidade política e administrativa requer mais do que justificativas fracas e discursos inconsistentes. Estamos lidando com a saúde pública, um setor que, se mal administrado, traz consequências graves e imediatas para a população. Por isso, a negligência em termos de comunicação clara e a aparente manipulação ou omissão de informações vão além de possíveis erros administrativos; configuram verdadeiras falhas éticas.

Além disso, a crítica se estende à inércia dos vereadores. Até o momento, não houve um posicionamento firme e a falta de ações concretas para investigar e esclarecer os fatos deixa um sentimento de cumplicidade ou, no mínimo, de condescendência em relação à situação. Embora a promessa de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja um passo em direção à responsabilização, ainda paira a incerteza — e o tempo é precioso.

A população de Rio das Ostras merece mais. Merece uma administração que não apenas resolva problemas, mas que o faça com clareza, honestidade e respeito. As lições dessa crise precisam ser rapidamente aprendidas para evitar que o município caia em armadilhas políticas e administrativas semelhantes no futuro.

Em resumo, a administração de Rio das Ostras precisa repensar seu modelo de gestão. A transparência e a capacidade de gerenciar crises de forma eficiente e coerente são essenciais para retomar a confiança pública. É hora de colocar a população e seus direitos em primeiro plano, acima de narrativas inconsistentes e interesses obscuros.

No entanto, membros do legislativo já indicaram planos para exigir um detalhamento formal do secretário de Saúde, Fabio Simões, além de considerar a possibilidade de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as suspeitas.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.

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