Combate ao crime: MPRJ desarticula organização criminosa de furto de cabos

Polícia deflagra operação em três estados para prender envolvidos e apreender bens de grupo que causava prejuízos milionários com furtos de cabos de telecomunicação e energia elétrica.

Por Cezar Guedes em 24/04/2025 às 19:38:00
Material apreendido durante a operação nos estados do Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. Justiça bloqueia R$ 200 milhões em bens dos acusados, que utilizavam métodos sofisticados para furtar cabos e lavar dinheiro

Material apreendido durante a operação nos estados do Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo. Justiça bloqueia R$ 200 milhões em bens dos acusados, que utilizavam métodos sofisticados para furtar cabos e lavar dinheiro

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) desferiu um duro golpe contra o crime organizado nesta quinta-feira, 24 de abril, ao apresentar à Justiça denúncia contra 23 indivíduos implicados em uma rede criminosa, especializada no furto de cabos de telecomunicação e energia elétrica. Operando astuciosamente em diversas regiões do estado, o grupo subtraía cabos de redes subterrâneas, torres de transmissão e subestações, afetando severamente a infraestrutura dos serviços públicos.

A 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada de Duque de Caxias e Nova Iguaçu comandou a acusação, enquanto a 3ª Vara Especializada em Organização Criminosa atendeu o pedido do MPRJ expedindo cinco mandados de prisão e 26 de busca e apreensão. As operações se estenderam aos estados do Rio de Janeiro, Paraná e São Paulo, culminando no bloqueio de até R$ 200 milhões em ativos financeiros, como precaução por parte da Justiça.

Os criminosos enfrentam acusações de furto, receptação, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Segundo a Promotoria, suas ações não só causaram significativos danos financeiros a concessionárias, mas também interromperam serviços essenciais à população. Describe-se o modus operandi do grupo como altamente sofisticado: realizavam até mergulhos para retirar cabos submersos, usando caminhões para extrair o material. Para evitar a detecção, as operações eram realizadas predominantemente à noite, com disfarces de uniformes falsos, veículos camuflados e ordens de serviço fraudulentas.

As investigações revelaram uma estrutura hierárquica composta por três núcleos: o comando, que definia estratégias; o intermediário, que realizava a receptação e ocultação dos cabos; e o operacional, responsável pela retirada e transporte. As empresas de fachada vendiam os materiais roubados, enquanto os lucros eram "lavados" através de aquisições de imóveis, veículos de luxo, entre outras atividades financeiras dissimuladas. Notavelmente, uma das empresas envolvidas teve movimentações financeiras que ultrapassaram R$ 10 milhões, desproporcionais ao seu faturamento oficial.

Os delitos foram registrados entre 2022 e 2024, especialmente em municípios da Baixada Fluminense e na capital do estado.

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