Quase três meses após a denúncia, a prefeita Maira Figueiredo ainda não se pronunciou oficialmente à população. Foto: Divulgação
Passados quase três meses desde a denúncia do desaparecimento de 60 mil litros de gasolina que deveriam abastecer os veículos da Prefeitura de Silva Jardim, o mistério permanece sem solução. O caso foi exposto em vídeo compartilhado pelo vereador Fabrício Campos — mais conhecido como Fabrício de Napinho — nas redes sociais, no dia 31 de janeiro deste ano.
Na ocasião, acompanhado dos vereadores Herliomar Falcão, Marcelinho Pedreiro e Cleber do Mato Alto, Napinho realizou uma visita de fiscalização à Secretaria de Serviços Públicos e Manutenção. A ação visava obter mais informações sobre o ocorrido e esclarecer possíveis suspeitas de irregularidades.
No vídeo gravado na garagem da Prefeitura, os vereadores foram informados de que não havia combustível disponível. A confirmação do problema levantou ainda mais questionamentos, visto que o contrato firmado pela prefeita Maira Figueiredo previa sobra de combustível. Isso significa que, ainda que a quantidade reservada ao abastecimento municipal fosse consumida dentro do planejado, haveria estoque reserva.
Desde que a denúncia veio à tona, a pergunta que ecoa pelas ruas do município é somente uma: "Prefeita, cadê a gasolina?". No entanto, a chefe do executivo parece não ter qualquer interesse em prestar esclarecimentos à população que a elegeu e espera há meses por respostas.
Ao Jornal dos Municípios, o vereador Fabrício Campos informou que levou o caso à Corregedoria da Prefeitura de Silva Jardim e aguarda os próximos passos da investigação. O parlamentar também foi responsável por protocolar, no início do mês, um requerimento solicitando a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara Municipal, com o objetivo de investigar contratações irregulares no gabinete da prefeita.
A situação é emblemática não apenas pelo volume de gasolina desaparecido, mas também pela sequência de ações — ou a falta delas — por parte do poder executivo municipal. A ausência de combustível em uma estrutura responsável pelo funcionamento da cidade já traria impactos visíveis em serviços essenciais. Assim, a incapacidade ou indisposição da prefeita Maira Figueiredo em esclarecer o caso reforça suspeitas e esvazia a confiança da população em sua administração.
Mais do que a busca pelos 60 mil litros desaparecidos, a questão aqui tangencia aspectos fundamentais da governança pública: responsabilidade, transparência e prestação de contas. A contínua falta de solução fere a transparência governamental e a confiança que é premente entre governantes e governados. Para uma cidade como Silva Jardim, a prestação de esclarecimentos é vital para dissipar boatos e trazer um fim ao clamor popular por justiça e retidão.
Por outro lado, a direção tomada pelo vereador Fabrício Campos ao mover esforços políticos para a abertura de uma CPI demonstra uma tentativa de maior fiscalização e integridade dentro do município. Este tipo de atuação parlamentar é vital em momentos de crise, não só para pressionar as lideranças a agirem mas também para tentar restaurar a confiança pública. A criação de uma CPI pode ser uma ferramenta crucial para destilar as responsabilidades, para que se confirme se houve, de fato, manejo irregular ou se outras questões estavam em jogo.
Diante desse cenário, é imperativo que a administração ofereça completa transparência e cooperação com as investigações, permitindo o desenrolar de um processo que não só esclareça os acontecimentos, mas que reforce a noção de que a responsabilidade pública não é um palco para descaso, mas uma prioridade ímpar.
Assim, o que se espera nos próximos desdobramentos desse caso ressoa de forma clara: justiça eficiente e políticas mais responsivas e transparentes que garantam o legítimo uso dos recursos municipais e restituam a confiança da sociedade na sua gestão.