Cuidadores em Luta: Rio das Ostras resiste ao Decreto 4266/2025, que aumenta a carga horária dos plantonistas. Foto: Divulgação
Na manhã desta sexta-feira (25), o clima na cidade de Rio das Ostras foi marcado por indignação e resistência. Uma multidão de profissionais da saúde se reuniu em frente à Prefeitura para expressar seu desacordo com o Decreto Municipal nº 4266/2025, assinado pelo prefeito Carlos Augusto Balthazar. Este decreto impõe um aumento na carga horária mínima dos plantonistas, que agora devem cumprir 176 horas mensais, sem qualquer tipo de benefício ou compensação financeira adicional.
As reações iniciais ao decreto foram de incredulidade e desespero. Muitos profissionais argumentaram que a situação estava rapidamente se tornando insustentável. Com uma infraestrutura de saúde já fragilizada, marcada pela falta de insumos básicos e equipamentos adequados, a ampliação da jornada de trabalho sem um correspondente aumento salarial agrava ainda mais a crise enfrentada pelos servidores. "Técnicos de enfermagem de Rio das Ostras pedem socorro", declaravam os cartazes exibidos pelos manifestantes, em um grito de socorro não apenas de uma profissão, mas de um sistema inteiro que parece estar à beira do colapso.
A revolta também foi vocalizada em palavras de ordem: "Saúde na rua, prefeito a culpa é sua!". Este grito sintetiza o sentimento de frustração generalizada não apenas pela alteração da carga horária, mas por um governo que, aos olhos de muitos, parece negligenciar as necessidades básicas de seus cidadãos em favor de interesses próprios.
Entre os manifestantes, declarações fortes revelaram o estado atual da profissão e do bem-estar dos trabalhadores. Uma das lideranças presentes destacou: "Estamos reivindicando sobre o decreto que o prefeito emitiu, que aumenta nossa carga horária sem remuneração adicional. Vamos ter que trabalhar mais, ganhando menos. Isso é um absurdo, pois a Lei Orgânica do município garante carga horária reduzida devido à natureza insalubre e perigosa do nosso trabalho. A enfermagem está adoecendo e não temos nenhum reconhecimento".
Esses protestos ocorrem em um contexto ainda mais sombrio no cenário político local. O governo de Carlos Augusto Balthazar enfrenta suspeitas de nepotismo, com denúncias encaminhadas ao Ministério Público detalhando uma rede de nomeações duvidosas para cargos administrativos, envolvendo parentes de diversos parlamentares. Caso comprovadas, essas práticas ilegais podem desestabilizar ainda mais a já frágil administração atual.
Em suma, a situação em Rio das Ostras é alarmante e serve como um doloroso lembrete da necessidade de uma governança transparente e voltada ao bem-estar coletivo. A voz dos trabalhadores da saúde não deve apenas ser ouvida, mas atendida com ações concretas que tangibilizem o respeito e a dignidade que seu trabalho merece.
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