Inúmeras cartas chegavam de Lisboa exigindo o retorno de D. Pedro até que vieram novas ordens acompanhadas de ameaças de fazê-las cumprir pela força. Com todo ministério reunido, D. Leopoldina e José Bonifácio decidiram avisar o príncipe. Ela escreveu ao marido alertando que "medidas de água morna", nesse momento, só fariam piorar a crise com o Reino enquanto José Bonifácio organizava estratégias de defesa militar.
Os despachos de Lisboa acompanhavam as cartas que encontraram D. Pedro no caminho de volta, ainda em São Paulo, levadas pelo sargento-mor de milícia Antônio Ramis Cordeiro e pelo mensageiro Paulo Bregaro. Em seu breve repouso, antes de prosseguir para o Rio de Janeiro, D. Pedro leu as cartas e compreendeu que só poderia contar com duas saídas: voltar para Portugal e submeter-se às Cortes ou romper com elas, cortando laços de três séculos. Para que testemunhassem a sua escolha, reuniu à guarda de honra, o padre Belchior Pinheiro de Oliveira, o secretário Luís Saldanha da Gama, o secretário particular Francisco Gomes da Silva, o major Francisco de Castro Canto e Melo e os criados João Carlota e João Carvalho e, às 16:30 horas, do dia 07 de setembro de 1822, proclamou a sua decisão: a Independência do Brasil.
Ao contrário de todo romantismo a respeito deste ato, D. Pedro não usava trajes de gala na ocasião, tampouco montava um magnífico cavalo. Vestia, sim, trajes sujos de viagem e era transportado por uma mula.