Localizados em regiões diferentes, a uma distância de 174 quilômetros um do outro, Casimiro de Abreu e Queimados tem em comum a preferência de seus prefeitos por pegar carona em atas de registros de preços geradas por pregões realizados em outras prefeituras ou órgãos públicos para compra de equipamentos, em vez de abrir seus próprios processos licitatórios, o que, se fosse feito, poderia gerar economia para os cofres de seus municípios. Os dois também foram céleres em pagar faturas milionárias, mesmo sem comprovação da entrega do que adquiriram e quitaram em tempo recorde.
A Prefeitura de Casimiro de Abreu comprou 1.765 tablets no valor unitário de R$ 1.209,00. A autorização de fornecimento foi emitida no dia 28 de dezembro em favor da empresa Agira Tecnologia Comércio e Serviços, sediada em Belo Horizonte, que dois dias depois recebeu o total de R$ 2.133.885,00 pelo fornecimento, embora não se saiba quantos equipamentos foram entregues até agora por ela.
Em relação a Queimados a compra foi muito maior, mas até agora não se sabe a quantidade adquirida pela gestão do prefeito Glauco Kaizer por R$ 7,3 milhões. A compra foi feita junto à empresa Conesul Comercial e Tecnologia Educacional – cujo dono chegou a ser preso e a ter valores bloqueados por decisão da Justiça da Paraíba – por adesão de uma ata até agora desconhecida. O contrato foi firmado em 28 de dezembro, e no dia 30 a empresa recebeu o total R$ 7.371.800,00. Quantos equipamentos já foram entregues? Isso é segredo, assim como a quantidade adquirida, marca e valor unitário.
No caso de Queimados uma representação deverá ser feita junto ao Ministério Público nos próximos dias, o que também deverá acontecer em relação a Casimiro de Abreu, cidade governada pelo prefeito Ramon Gidalte.
*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.