Segundo o jornal, uma professora no Brasil recebe em média R$ 3294 enquanto eles ganham cerca de R$ 3706. A pesquisa mostra que no campo de qualificação, as mulheres se mantêm, em maioria, em níveis de escolaridade mais baixos. Outro ponto diagnosticado é que a maioria delas reside em regiões que pagam menos aos docentes.
"Os homens têm salários médios mais altos que as mulheres tanto na educação infantil quanto no ensino médio, (...). A maior diferença é observada na educação infantil, onde os professores têm remuneração 25% maior que as professoras", aponta a Revista.
Em Minas Gerais, a disparidade salarial é a maior do país: as mulheres têm remuneração média mensal de 3.072 reais, enquanto os homens recebem, em média, 4.157 reais – 35% a mais. No Brasil, os professores ganham 12% a mais que as professoras.
A luta para equiparação salarial não é nova. Existe uma campanha nacional de 2014 da Confederação Nacional dos Trabalhadores de Estabelecimentos de Ensino - Contee "Professor é professor. Diferentes, mas iguais", que reforça o quanto é necessário criar estratégias e políticas públicas para as diferenças de vencimentos. No Ensino Básico do primeiro segmento do Ensino infantil é muito mais grave, já que os salários são menores e a pressão por vezes é maior em relação às mulheres.
"Essa luta que travamos não é de hoje. Sabemos que os resquícios do patriarcado colocam sobre a mulher outras responsabilidades que diminui delas o tempo para que se qualifiquem mais e melhor e assim tenham seus salários equiparados aos professores homens. Além da sala de aula, elas são pressionadas a dar conta das atividades domésticas e de cuidadoras de filhos e maridos. É muito grave que em 2021 a gente ainda conviva com este tipo de episódio", conta Guilhermina Rocha, presidente do Sinpro Macaé e Região.
O Brasil é um país de professoras: elas são 81% dos docentes escolares, mas a presença de mulheres diminui à medida em que avançam as etapas de ensino. Com o passar delas, a presença de professoras diminui. Elas correspondem a 96% dos professores da Educação Infantil. No Fundamental I e II, elas representam, respectivamente, 88% e 67% do corpo de ensino. No Médio, o percentual cai para 58%.
*Por Bruno Pirozi