MPF denuncia advogados e empresários suspeitos de proteger organização criminosa

Foram imputados crimes de lavagem de ativo, explorac?a?o de presti?gio qualificada, tra?fico de influência qualificado e associação criminosa

Por Cezar Guedes em 18/12/2020 às 20:52:11

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro denunciou os advogados Anto?nio Augusto Lopes Figueiredo Basto, Luis Gustavo Flores e o empresário Enrico Vieira Machado por explorac?a?o de prestigio qualificado, trafico de influência qualificado e associac?a?o criminosa. Segundo o MPF, o trio vendeu por quase sete anos um falso esquema de proteção à organização criminosa chefiada pelo doleiro Dario Messer um falso esquema de proteção. Antonio Augusto e Luis Gustavo tambem foram denunciados por lavagem de ativos, juntamente com Dario e Marco Anto?nio Cursini.

Anto?nio Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores receberam a titulo de "taxa de protec?a?o", entre setembro de 2006 e marc?o de 2013, US$ 50 mil mensais da organizac?a?o criminosa de Dario. Tal taxa era cobrada a pretexto de impedir investigac?o?es do MPF e da Policia Federal, alegando-se que os valores seriam destinados a agentes publicos. O dinheiro, no entanto, permanecia com os denunciados, sendo remetido ilegalmente a uma conta na Suic?a, em nome da empresa Big Pluto Universal - empresa offshore de fachada controlada por Anto?nio Figueiredo Basto e Luis Gustavo Flores. No total, foram recebidos US$ 3,9 milhões (US$ 50 mil mensais, por 78 meses).

A organização criminosa de Messer pagava a "taxa de proteção" em espécie aos advogados no Brasil a cada dois ou três meses. Depois, os advogados remetiam ilegalmente os valores ao exterior, por meio de operac?o?es dolar cabo, realizadas por Cursini. Entre 2008 e 2012 foram praticados 35 atos de lavagem de dinheiro pela remessa dos valores ilicitos ao exterior.

O proprio Cursini, doleiro e cliente do escritorio de advocacia dos denunciados, tambem foi vitima de outro crime de trafico de influência qualificado. Em 2010, Figueiredo Basto e Luis Gustavo receberam pagamento de US$ 400 mil a pretexto de impedir que Cursini fosse convocado a depor em uma CPI. Também foi alegado que o dinheiro se destinaria a dois agentes publicos, porem, novamente o dinheiro permaneceu na conta suic?a da empresa offshore dos denunciados.

De 2008 a 2013, o dinheiro se acumulou na conta de Figueiredo Basto e Luis Gustavo no exterior e la permaneceu ate 2016, quando mudanc?as na legislac?a?o internacional e no compliance dos bancos suic?os preocuparam os denunciados. Foram realizados enta?o oito novos atos de lavagem, por meio de operac?o?es dolar cabo invertido, novamente com Marco Anto?nio Cursini como doleiro, a fim de reinternalizar ilicitamente o dinheiro. Nessa etapa, as operac?o?es de lavagem somaram US$ 3.527.172,52 (valor correspondente a quase R$ 17,8 milho?es, pelo ca?mbio atual).

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