"Rachadinha" em Porto Real: Justiça determina afastamento de vereador que, segundo apurou o MP, exigiria 30% do salário de indicados por ele para cargos na Prefeitura

Por Cezar Guedes em 20/12/2023 às 18:28:54
Diego foi denunciado ao MP por um ex-cabo eleitoral

Diego foi denunciado ao MP por um ex-cabo eleitoral

O juízo da Vara Única de Porto Real, município do Sul Fluminense, determinou o afastamento do vereador Diego Graciani de Almeida. A decisão, tomada em ação movida pela 1ª Promotoria de Tutela Coletiva (Núcleo Resende), atinge ainda o chefe de gabinete do parlamentar, Mateus da Silva Guimarães, que pelo que foi denunciado e apurado pelo Ministério Público, seria o encarregado de recolher de pessoas nomeadas em cargos públicos por indicação de seu chefe, parte do salário recebido por eles.

O processo é resultado de um inquérito aberto pelo Ministério Público a partir de denúncia formulada por em ex-cabo eleitoral de Diego, que revelou à Promotoria ter sido exonerado de cargo de confiança que exercia na Secretaria Municipal de Educação, por ter se negado a continuar repassando ao parlamentar a quantia de R$ 1.200 mensais, valor equivalente a 30% do que recebia de salário como de diretor de gestão administrativa da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Turismo, função para a qual fora nomeado pelo prefeito Alexandre Serfiotis, a pedido de Diego.

De acordo com a denúncia feita por Ataliba José de Oliveira Junior ao MP, então candidato a vereador, Diego lhe pediu apoio e ele ajudou na campanha adesivando seu carro e distribuindo material de propaganda eleitoral. Ataliba revelou que depois de eleito Graciani lhe ofereceu um cargo público e antes de sair a portaria de nomeação teria sido informado por ele de que o salário teria de ser dividido, com Ataliba repassando R$ 1.200 dos R$ 4.200 líquidos que receberia no cargo, o que chegou a fazer em duas ocasiões. Ataliba revelou à Promotoria, no primeiro salário o chefe de gabinete do vereador foi até sua casa para receber o dinheiro, e que o segundo repasse fora feito via PIX.

Ainda de acordo com a denúncia do Ministério Público, Ataliba foi exonerado em 13 de julho de 2021, dias depois de avisar que não entregaria parte do salário, pois o vencimento era fruto de sua atividade, seu trabalho na Secretaria Municipal de Educação. Na denúncia a Promotoria cita que no mesmo dia da exoneração de Ataliba, foi nomeada em substituição a ele Gessica de Oliveira Soares Luiz, que seria esposa ou namorada de Mateus.

*O espaço está aberto para manifestação dos citados na Matéria

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