Depois da tempestade natural, a turbulência política começa no município de Petrópolis, na Região Serrana do estado do Rio de Janeiro. O vereador Eduardo Ferreira de Oliveira (Republicanos) protocolou na Câmara Municipal denúncia contra o prefeito Rubens Bomtempo (PSB), com pedido de afastamento. Pelo que está na representação que pode ser conferida aqui, teria ocorrido negligência e má gestão da crise, inclusive com desperdício de donativos que chegaram ao município a partir de uma corrente de solidariedade que uniu todos os municípios fluminenses.
Pelo visto, as chuvas que desabaram sobre a cidade entre 15 de fevereiro e 20 de março, causando desabamentos e a morte de cerca 240 pessoas, além de mais de R$ 600 milhões em danos materiais, podem afogar agora a gestão de Bomtempo, que disputou as eleições de 2020 com a candidatura impugnada e só conseguiu assumir o mandato no dia 18 de novembro do ano passado, por força de uma decisão judicial.
"Diante do trágico momento, a cidade foi agraciada pelo altruísmo de terceiros, recebendo diversas formas de auxílio, seja pelo fornecimento de bens de uso e consumo, seja por concessões monetárias de pessoas físicas e jurídicas, públicas e privadas, até o amparo de serviços necessários ao resgate de pessoas, busca de desaparecidos e recuperação estrutural da cidade. Neste cenário, o Poder Executivo municipal, presidido pelo Sr. Rubens José França Bomtempo, teria o dever funcional de garantir a efetividade das benécies sobre as quais realizou intermédio, além de ostentar a função, enquanto prefeito, de prestar a devida assistência aos munícipes, satisfazendo a atribuição executiva do cargo ao qual foi investido. Ao contrário da forma que deveria proceder para com a população, o Poder Executivo municipal sob o comando do Sr. Bomtempo agiu de forma contrária à legislação, colocando nossos munícipes em risco por diversas vezes, além de não se mostrar capaz de atender às necessidades da cidade", diz um trecho da representação.
No entendimento do vereador, "muitos dos problemas percebidos na gestão da tragédia se devem à atuação caótica dos agentes públicos investidos pelo prefeito". Para Eduardo, houve manifesta ausência de qualquer zelo. "Montanhas de roupas foram jogadas às traças na Praça Dr. Miguel Couto. Por força da negligência sobre as roupas apresentada pelo município, as doações se deterioraram, desenvolvendo putrefação e tornando-se local de proliferação de diversas pragas", pontuou o parlamentar no documento.
*O espaço está aberto para manifestação do prefeito de Petrópolis.
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