Fechado em 2009 pelo então prefeito Lindberg Farias (PT), o Hospital Iguassú está em obras e deverá voltar a funcionar em janeiro de 2022. A previdência dos servidores foi recuperada e hoje está entre as dez mais bem administradas do país.
O município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, se recuperou dos estragos deixados pelo petista, mas ele – que saiu da Prefeitura no dia 31 de março de 2010 para eleger-se senador – está ameaçando voltar. A aposta de Farias é que com uma possível vitória do ex-presidente Lula em 2022, ele, o político mais processado da história iguaçuana, seria eleito facilmente em 2024, o que para quem acompanhou de perto a desastrosa passagem de Lindberg pela cidade, seria "muita desgraça para um lugar só".
Atualmente cumprindo mandato de vereador na Câmara do Rio, Lindberg Farias tem condenação por improbidade administrativa e está no cargo por força de uma decisão judicial. A condenação foi confirmada em fevereiro de 2019 pela 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que ainda manteve a aplicação de uma multa no valor de R$ 400 mil.
A sentença se deu em ação ajuizada pela Promotoria de Tutela Coletiva (núcleo de Nova Iguaçu), mas esse é o processo mais leve já movido contra Farias, que ainda responde por um rombo de R$ 400 milhões no Instituto de Previdência, o Previni, que começou a ter as contas esvaziadas em janeiro de 2005, o primeiro ano de Lindberg como prefeito
Buraco sem fundo – Quando o petista assumiu o governo o Previni tinha R$ 56 milhões em caixa, recurso das contribuições dos servidores públicos descontados todos os meses nos contracheques. O dinheiro foi usado pela Prefeitura, que além de não fazer a reposição, parou de repassar ao órgão as contribuições mensais, comprometendo o futuro dos aposentados e pensionistas. Em março de 2010 uma investigação apontou que o instituto, que deveria ter R$ 356 milhões em caixa contava com apenas R$ 10 milhões.
Extratos falsos – Em denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) o Ministério Público Federal (MPF) responsabilizou o ex-prefeito e Gustavo Falcão Silva, pela descapitalização do Previni. Gustavo foi acusado de crime de responsabilidade fiscal, improbidade administrativa, desvio e utilização indevida de recursos. Um dos fatos graves constatados foi o uso de extratos bancários falsificados para encobrir o desvio de R$ 10 milhões para a compra de debêntures da corretora Casual.
De acordo com a investigação, isso se deu com a abertura de uma conta numa agência bancária da Barra da Tijuca onde a empresa Casual Dining S/A também era correntista. Para essa conta foi feita uma transferência de pouco mais de R$ 11 milhões de outras contas do instituto e dela foram sacados (sem registro na contabilidade do Previni) R$ 10 milhões para compra das debêntures junto à Casual, operação que é proibida ao instituto por envolver altos riscos.