Corrida para o PL pode ser tiro no pé de muitos prefeitáveis, sugerem os números do extinto PSL nas eleições de 2020

Por Cezar Guedes em 04/04/2024 às 10:39:19

Apostando no bolsonarismo, o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto (foto), tem estufado o peito para dizer que seu o partido deve eleger mais de mil prefeitos Brasil a fora, pelo menos 30 no estado do Rio de Janeiro. Porém, a julgar pelos resultados de 2020 nas urnas dos 92 municípios fluminenses, ele pode estar viajando na maionese, principalmente quando mira cidades como Niterói e Maricá, com gestões de esquerda altamente aprovadas, nas quais o Partido Liberal acena disputar com gente que ainda posa para fotos fazendo cara feia.

Os números de 2020 no estado do Rio de Janeiro não foram nada positivos para o bolsonarismo. Naquele ano Jair Bolsonaro era o presidente e o PSL tinha o tamanho do que é hoje o PL de Costa Neto, e ainda assim a legenda 17 não elegeu um prefeito sequer em terras fluminenses.

Em Rio das Ostras, por exemplo, o ex-prefeito Carlos Augusto Balthazar deixou o MDB e filiou-se ao PL na semana passada, para o qual foi convidado pelo deputado Altineu Cortes, um convite tipo assim: "vem ou entrego a legenda para o adversário". Acreditando ter feito um excelente negócio, embora analistas apontem que no caso dele o nome do partido ou número da legenda pouco importam, pois trata-se de um político com uma longa carreira e gestões bem avaliadas.

Pré-candidato em Magé, ex-filiado do PSB e mais recentemente do PDT, o ex-deputado Ricardo Correia de Barros, o Ricardo da Karol, deu uma guinada radical da esquerda para a direita. De olho na legenda 22, abriu até mão de ter o empresário José Augusto Nalin como companheiro de chapa, achando que o número do ex-presidente vá fazer alguma diferença.

"Não vejo a menor diferença nesse caso. Acho que até atrapalha, pois o radicalismo de grande parte dos adeptos do PL assusta aos moderados, os que entendem que política se faz com debate e não com discurso de ódio e ataques às pessoas. Além disso, Bolsonaro presidente não somou para ninguém no estado em 2020. Será que agora sem mandato e cheio de problemas com a Justiça vai somar?", indaga um aliado.

Em 2020, sem Bolsonaro e os filhos, o PL elegeu 9 prefeitos no estado do Rio de Janeiro, e aumentou o número de prefeituras com filiações recentes, mas o partido está rumando para a ladeira, pois alguns dos seus estão prontos para se mudarem para o União Brasil, inclusive o governador Claudio Castro, que vai seguir o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, que assumiu na semana passada a presidência estadual do União.

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